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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O exercício quaresmal da Oração faz crescer a Fé

Dando continuidade ao nosso retiro espiritual na Quaresma, tempo privilegiado de conversão e combate espiritual. Falávamos dos Exercícios Quaresmais de Conversão, buscando o Tesouro da Fé. Dando inicio aos três exercícios que na Quarta-feira de cinzas a liturgia nos apresentou, a Oração, o Jejum e a Esmola. Hoje vamos falar do exercício espiritual da Oração, que é a respiração, o fôlego neste caminho em busca do tesouro da fé.
“Da mão do anjo, subia até Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos” (Ap 8,4).
“Porque amar a Deus significa observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, porque todo aquele que nasceu de Deus venceu o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. De fato, quem pode vencer o mundo, senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Ele não veio apenas pela água, mas pela água e pelo sangue.) E é o Espírito quem dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade” (cf. I João 5, 3-6).
A Oração é a expressão máxima de nossa fé, não posso pensar na oração como algo que partisse somente de mim, mas quando o homem se põe em oração a iniciativa é de Deus que atingiu com a sua graça o coração do homem que responde à Sua graça. Oração não é somente o meu dialogo com Deus, mas também uma resposta à iniciativa do amor de Deus, da Sua graça que já me conquistou. Toda a nossa vida deveria ser uma oração, ou seja, uma comunicação com o divino em nós. A oração constitui uma abertura para Deus, para o próximo e para o mundo; um sim de acolhimento, de louvor, de conformidade. Ao pensar no homem integral, não podemos imaginá-lo sem a dimensão espiritual e a porta para espiritualidade é uma oração verdadeira onde os meus pés estão no chão, mas o meu coração está no alto, no meu criador e Senhor: “O Senhor esteja convosco, Ele esta no meio de nós. Corações ao alto, o nosso coração esta em Deus!” (cf. Introdução as orações Eucarísticas, Missal Romano)
Na virtude Teologal da fé, nós dizemos um sim ao Pai na obediência. Procuramos situar-nos sempre de novo dentro de nossa vocação e da nossa missão. O homem se pergunta pela sua vocação, o homem responde à sua vocação, o homem realiza em profundidade sua vocação de comunhão íntima de vida com Deus. É na oração que o homem melhor cultiva seu relacionamento de Filho com Deus, que se revela como Pai.
Durante a Quaresma a Igreja convoca os fiéis a se exercitarem intensamente na oração, a fim de que toda a sua vida se transforme em oração. Ela evoca o Cristo em oração diante do Pai no deserto e nas montanhas, onde ele passava noites em colóquio. Evocando o Cristo orante, a Igreja torna-se o prolongamento da presença do Cristo orante entre os homens. Nos Evangelhos, principalmente em Lucas, Jesus é o grande orante, o modelo do fiel. Jesus resistiu à tentação de tentar Deus: sinal de sua imensa confiança no Pai. Ele professa a fé no único Deus como regra de sua vida. Ele alimenta-se com a palavra que sai da boca do Altíssimo. Nossa quaresma deve ser um estar com Jesus no deserto, para, como ele, dar a Deus o lugar central de nossa vida. Como ele, com ele e por ele, pois é dando a Jesus o lugar central, que o damos a Deus também. Neste sentido, a quaresma é realmente “ser sepultado com Cristo”, para, na noite pascal, com ele ressuscitar. E essa dinâmica acontece numa vida de oração ligada por Jesus ao Pai e ao Espírito Santo na vida e na Liturgia. l
E desta forma a Igreja vive em atitude de penitencia, pois a oração constitui a expressão máxima da conversão e da vida em Deus.
Se os fieis souberem viver a autentica comunhão com Deus na oração durante a Quaresma, conseguirão viver durante o ano todo em atitude de oração, transformando também as outras dimensões da vida, como o relacionamento com o próximo e com o mundo, em oração de atitude ou verdadeira devoção. A oração nos lança para Deus e para os irmãos!
Na vida de oração crescemos na virtude da fé e no relacionamento com Deus. Portanto quanto mais eu rezar e rezar melhor, crescerei em sabedoria e santidade também na fé e no conhecimento verdadeiro de Deus. O exercício da oração desde dialogo com Deus aumenta e expressa em mim o Dom da fé. Esse dom gratuito de Deus que também é uma virtude porque é um exercício.

O que é Virtude?
A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática. “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, tudo o que há de louvável, honroso, virtuoso ou de qualquer modo mereça louvor” (Fl 4,8) (cf. Catecismo da Igreja Católica n° 1803).

Quantas classes de virtudes existem?
Existem duas classes de virtudes: as Virtudes Teologais e as Virtudes humanas ou morais. “As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Propiciam, assim, facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem. As virtudes morais são adquiridas humanamente. São os frutos e os germes de atos moralmente bons; dispõem todas as forças do ser humano para entrar em comunhão com o amor divino” (cf. CIC n° 1804).

Quantas são as virtudes teologais?
As virtudes teologais são três: a Fé, a Esperança e a Caridade;

Nos exercícios quaresmais de conversão, vamos aprofundar os temas da Oração, do Jejum e da Esmola e de sua ligação com as virtudes teologais, grandes tesouros no caminho da santidade. Hoje percebemos que a oração tem uma ligação íntima com a virtude da fé, a expressa e a faz crescer.

O que é a fé?
A fé é a Virtude Teologal pela qual cremos em Deus, em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos ensina como objeto de fé. “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem. Foi por causa da fé que os antigos foram aprovados por Deus. Pela fé, sabemos que a Palavra de Deus formou os mundos; foi assim que aquilo que vemos originou-se de coisas invisíveis” (cf. Hb 11, 1ss).

A oração quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele. Então quando eu rezo estou saciando a minha sede de Deus e de eternidade, alimentando a minha alma daquilo que ela mais almeja e precisa e muitas vezes eu não sei ler os seus anseios, ou seja, os sintomas da minha alma. Por isso, é através da oração, comunhão com Deus, que Ele alimenta a minha fome e sede dele e das coisas do céu, fazendo crescer nas virtudes da fé e também no relacionamento com as pessoas e as coisas criadas. Eu não posso dizer que amo a Deus se eu não amo o meu irmão, a oração é o dialogo com Deus mais também me lança para o meu irmão.

É um exercício de conversão a Deus e aos irmãos. Precisamos crescer na vida de oração, na intimidade com Deus para que possamos crescer como homens e mulheres de Deus, irmãos uns dos outros. A oração me lança para Deus e para os irmãos.

Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me; quando eu grito, escutai minha voz! Minha oração suba a vós como incenso, e minhas mãos, como oferta da tarde! (Salmo 140, 1-2).

Oração: Ó Deus de bondade concedei que, formados pela observância da Quaresma e nutridos por vossa Palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

“Arme-se com a arma da oração, e terá mais força no combate diário.” (Santo Padre Pio de Pietrelcina).



Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formador no Pré-discípulado
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Quaresma: tempo de conversão






Eis a Quaresma e uma nova oportunidade para a conversão através de oração, penitência e caridade.
Mais do que atos, a verdadeira conversão acontece a partir da decisão de ser um novo homem, reconhecendo-se, para isso, pecador e lutando, a partir daí, pela santidade.

Uma importante caminho para a conversão bem sucedida do homem velho pelo novo é a adoração. E o Monsenhor Jonas Abib nos exorta a viver essa experiência.

A adoração a Deus nos faz crescer como pessoa

O pecado original, dentro de nós, é como um defeito de fabricação. Muitas pessoas, ao comprarem um carro novo, percebem logo que ele apresenta defeito e o levam à oficina especializada; devido ao grande trabalho que têm acabam devolvendo o carro para a revendedora. Aquele carro já veio com defeito de fabricação, não por nossa culpa nem porque dirijamos mal, mas porque o defeito já existia.
 Há uma criatura dentro de nós que só nos dá trabalho: a Palavra de Deus a chama de "homem velho". Na verdade somos nós mesmos, mas, uma vez agraciados pelo Senhor, recebemos a efusão do Espírito Santo e um "homem novo" vai se formando dentro de nós.
Uma transformação vai acontecendo, porém, o "homem velho" continua a existir. Ele nos dá trabalho porque tem "defeito de fabricação", "de nascença". Viemos com um "defeito de fabricação" que se chama pecado original e, é justamente por causa desse pecado que, sem desejarmos, há em nós uma indisposição para adorar.
Às vezes você fica atrapalhado ou com vergonha pelo fato de não conseguir fazer adoração e faz de tudo para que as outras pessoas não saibam que sente essa dificuldade.
Só que infelizmente isso é algo natural, que acontece por causa desse "defeito de fabricação" que temos: o pecado original.
Nossa adoração diante de Deus nos torna mais gente, nos faz mais criaturas humanas, nos faz crescer como pessoa. Quanto mais nos aproximamos de Deus, tanto mais nos tornamos criaturas mais sensíveis e humanas. Por isso Ele nos deu a graça de podermos adorá-Lo.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Advento: tempo de faxina interior

As estações da natureza nos ensinam a reconciliar em nosso coração o tempo dos mistérios que abraçam nossa fé. Advento é o tempo da espera. Ainda não é Natal, mas antecipa a alegria desta festa. Viver cada tempo litúrgico com o coração é um jeito nobre de não adiantar um tempo que ainda não chegou. Na sobriedade que este tempo litúrgico exige, vamos tecendo a colcha das alegrias do Cristo que vem ao nosso encontro.

Esperar é uma alegria antecipada de algo que ainda não chegou. A mulher grávida vive na alma a felicidade antecipada pela vida que, em seu ventre, vai sendo gerada no tempo que lhe cabe. A natureza cumpre o ritual das estações para que cada tempo seja único. Os casais apaixonados esperam o momento do encontro. As famílias organizam a casa no cuidado da espera dos parentes que vão chegar. Esperar é uma metáfora do cotidiano da vida. No contexto do Advento, a espera ganha tonalidades alegres e sóbrias.

Casa mal arrumada não é adequada para acolher os amigos e familiares que irão chegar. Jardim sujo não pode se tornar um canteiro para novas sementes. Esperar é também tempo de cuidado, tempo de organização.
No tempo da espera, o tempo do cuidado na vida espiritual. Chegando ao final de mais um ano, muitos corações se encontram totalmente bagunçados. Raivas armazenadas nos potes da prepotência, mágoas guardadas nas gavetas do rancor, amizades sendo consumidas pelo micro-ondas da inveja, tristezas crescendo no jardim da infelicidade, violência sendo gerada no silêncio do coração.

Enquanto as lojas fazem o balanço, somos convidados a fazer o balanço de nossa situação emocional. No balancete da vida, o amor deve sempre ser o saldo positivo que nos impulsiona a sermos mais humanos a cada dia.
Casa mal arrumada não é local adequado para receber quem nos visita. Coração bagunçado dificilmente tem espaço para acolher quem chega. Neste tempo do advento, a faxina da espera deve remover as teias de aranha dos sentimentos que estacionaram em nossa alma. O pó que asfixia o amor deve ser varrido. Tempo novo exige um coração novo.

Jesus, com Seu amor sem limites, adentrava o coração de cada pessoa e fazia uma faxina de amor, abria as janelas da vida que impediam cada pessoa de ver a luz de um novo tempo chegar, devolvia às flores já secas pelas dores e tristezas as alegrias da ressurreição, semeava nos sertões sem vida as sementes do amor e da paz.

No Advento da Vida, as estações do coração se tornam tempo propício para limpar os quartos da alma à espera do Cristo que vem. Se o jardim do coração estiver sendo cuidado, as sementes da esperança irão germinar no tempo que lhes cabe e o Amor irá nascer nas alegrias da chegada.
 
Padre Flávio Sobreiro
(fonte: Site Canção Nova)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Como ser puro em um mundo erotizado?

Um dos maiores desafios do jovem cristão é viver corretamente a sua sexualidade, principalmente quando faz parte de um mundo no qual os valores são postos de lado e há uma busca desenfreada pelo prazer. Não é fácil suportar tamanha pressão dos amigos e da mídia, mas quem consegue “segurar a onda”, percebe o quando vale a pena.

A sexualidade é algo belíssimo, deixada por Deus para ser vivida de maneira responsável. O problema começa quando a busca pelo prazer deixa de ser saudável e passa a consumir uma energia desnecessária. É o jovem quem diz não querer perder tempo e decide-se por viver o sexo sem freios, colocando-se num situação em que tudo é permitido e nenhuma responsabilidade é assumida.

Ninguém consegue se realizar como ser humano enquanto coloca os desejos da carne acima das necessidades do espírito. Os desejos sexuais, embora sendo algo belíssimo, não são saciados se deles se abusam. Os desejos espirituais, ou seja, a busca de Deus e das coisas santas, saciam-se com a procura constante. Se não soubermos equilibrar os desejos, não seremos serenos nestes últimos.

O que é a sexualidade humana -

Todo jovem sonha ser feliz, mas ninguém consegue ser realmente feliz enquanto não se disciplina no uso das funções deixadas pelo Senhor. Se eu compro um carro projetado para andar na estrada e tento andar com ele na água, certamente estarei fazendo mal uso dele, e os resultados danosos não tardarão aparecer. Assim acontece também com nossa sexualidade: se for mal usada, afetará outras áreas de nossa vida.

Quem quer ser puro e viver bem sua sexualidade precisa disciplinar-se no olhar, no ouvir e no falar. Somos constantemente bombardeados por sons, imagens e leituras que nos incentivam à vivência incorreta da sexualidade, como se isso fosse vantajoso para nós. Esta mentalidade pagã, que se dissemina feito um vírus em nossa sociedade, não é garantia de felicidade eterna, mas de um prazer momentâneo, o qual, muitas vezes, deixa dor e ressentimento quando se vai.

A pureza não é uma fuga covarde das tentações, já que não é isso que pedimos ao Pai na oração ensinada por Jesus. Ser puro é viver num mundo erotizado e não se deixar contaminar por ele. Sabemos que as tentações vêm – elas sempre vêm! -, mas o jovem que está em sintonia com Deus não se apequena diante delas. E, mesmo que uma vez ou outra seja vencido por alguma, não se sente um derrotado, pois sabe que sempre lhe é dada uma nova oportunidade de lutar até vencer.

Libertando-se da pornografia -

A psicologia nos ensina a sublimação dos desejos. A religião nos mostra que Deus supre nossas carências. Ninguém precisa se esconder do mundo e das pessoas temendo não suportar a pressão. Quanto mais se luta para viver bem a sexualidade, mais forte e maduro psicologicamente o jovem se torna. Suas quedas servirão de impulso para o acerto e, em pouco tempo, será também seta a direcionar outros jovens.

Sempre é tempo de mudar o leme do barco e remar para novas águas. O jovem que quer viver bem sua sexualidade precisa se decidir a abandonar tudo e todos que não lhe ajudam nesse processo e buscar tudo e todos que possam ajudá-lo. Certamente, há muita gente boa que acredita no uso sadio e correto da sexualidade. E são essas pessoas que devo enxergar como espelho, pois são elas que estão no caminho escolhido e traçado por Deus para o jovem que quer ser feliz. Você aceita o desafio?

Conteúdo enviado pelo internauta Paulo Franklin



(Fonte: Canção Nova) 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Não se desespere

A dor, na maioria das vezes, nos impede de ouvir a Deus. É um exercício conter os sentimentos que ficam confusos dentro de nós. Quando estamos no meio de uma tormenta, é difícil enxergar, por isso, na crise, não se toma nenhuma decisão, disse-nos, uma vez, Dom Alberto Taveira. É preciso deixar a poeira baixar para enxergar melhor. Quando a situação nos impede de ter clareza, os nossos sentimentos se misturam, então, o melhor é ouvir o Senhor. Pela Palavra temos uma direção certa da vontade do Pai, a qual nos salva, nos enche de esperança e nos dá um norte a seguir.

Por isso, quando não você conseguir rezar nem escutar o que o Senhor tema lhe dizer, não se desespere; reze, mesmo que seja com as lágrimas. Ofereça a Deus os seus sentimentos, pensamentos e palavras, pois nada passa despercebido ao Seu olhar e amor. Para Ele nada se perde, tudo se transforma. Deus é o único que consegue tirar de um aparente mal um grande bem. Mais isso requer tempo, suor e, às vezes, muitas lágrimas. É preciso seguir com fé, acreditando naquilo que ainda não se vê, pois a tempestade não dura uma vida toda, mas algumas horas apenas; depois, aparecem o sol e o céu azul. Não se esqueça: depois da cruz vem à ressurreição!

"Logo depois, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar, antes dele, para a outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. Chegando à noite, estava lá sozinho. Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: "É um fantasma!" Disseram eles, soltando gritos de terror.
 
Jesus logo lhes disse: 'Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!' Pedro tomou a palavra e falou: Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti! Ele disse-lhe: 'Vem!' Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: 'Senhor, salva-me!' No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: 'Homem de pouca fé, por que duvidaste?' Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou. Então, aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus”. (cf. Mateus 14,22-33).

Na nossa vida, sempre haverá tempestades, pois as maiores não são as tempestades externas, mas as tormentas interiores. Por isso não podemos estar sozinhos, sem Jesus, sem companheiros de caminhada. A nossa fé sempre será provada, é assim que amadurecemos, crescemos. São tantos fantasmas no caminho, mas não podemos nos enganar e confundi-los com Deus. O mais importante é reconhecê-Lo, manter os olhos fixos no Senhor e clamar-Lhe a salvação. Ter a coragem de nadar contra maré, assumir o sofrimento e ouvir dos lábios do Senhor as Palavras da salvação: "Tranqüilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!"

Jesus repete para você, que se encontra no meio de uma tempestade emocional, de problemas financeiros, de saúde, do relacionamento conjugal, ouvindo muitas vozes e assustado por tantos fantasmas que travam a nossa vida: "Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!"

Agora reze com confiança esta oração:
"Senhor, não me deixe perecer nas tempestades da vida, afundar nos momentos de dificuldades. Tudo fica tão escuro e confuso, que eu posso até confundi-Lo. Por isso, quero manter os meus olhos fixos em Ti e não Te perder de vista, estender minhas mãos e tocar as Tuas, ouvindo sempre as santas Palavras: 'Não tenhais medo, sou eu!'. Senhor, aumenta a minha fé e, nos momentos de grande tribulação, quero perceber sempre a Tua presença junto de mim a me salvar. Guarda a minha vida de todo mal e perigo e, principalmente, desejo sempre ser orientado pela Tua Palavra, que é fonte de cura e libertação para mim". Amém




Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padreluizinho

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Discernindo o chamado de Deus

No início do ano, fui interpelado por um jovem com o seguinte questionamento: “como eu posso saber que fui chamado por Deus?”. A descoberta da própria vocação é um processo maravilhoso dentro de nossa caminhada espiritual. Discerni-la com sinceridade e coração aberto à vontade do Senhor é um dos grandes sinais de que estamos prontos para se chegar a uma espiritualidade madura.
Apresento três textos bíblicos que podem nos ajudar a compreender como é que Deus nos chama, pois nos apresenta linhas mestras de qualquer chamado: o encontro com Deus, o assombro e a vocação.
Tanto Isaías (Is 6, 1-2a.3-8), quanto Paulo (1 Cor 15, 1-11) ou Pedro (Lc 5, 1-11) tiveram uma experiência própria com Deus, antes de tudo. As leituras nos relatam que Isaías teve a visão da glória de Deus, ele que era “um homem de lábios impuros”; que Jesus apareceu por último a Paulo, ele que “perseguia a Igreja de Deus”; e que Pedro viu seu barco quase afundar com a pesca miraculosa operada por Jesus, mesmo sendo “um homem pecador”.
Esta é a primeira etapa do discernimento vocacional: o encontro com Deus. De que forma eu conheci a Deus? Através de uma pregação, adoração, Missa, Grupo de Oração, confissão, nos pobres, na leitura da Bíblia...?
Após o encontro, cada um desses personagens reconheceu sua pequenez ante a imensa glória do Senhor. Isaías gritou e se achou indigno de estar na presença de Deus; Paulo ficou cego; Pedro atirou-se aos pés de Jesus e reconheceu seus pecados.
O assombro é a segunda etapa do discernimento. Quando me encontro com o Senhor, reconheço todo o meu nada, e só posso clamar por Sua misericórdia. Quem pode merecer contemplar as maravilhas de Deus? Ninguém. No entanto, Ele nos concede esse dom gratuitamente, por pura bondade.
Finalmente, Deus vocaciona, “chama”, cada um desses personagens para uma missão específica: Isaías tem seus lábios purificados, pois atuaria como profeta; Paulo é curado de sua cegueira e é enviado a proclamar o Evangelho que recebeu do próprio Senhor; Pedro é convocado a seguir Jesus e ser pescador de homens.
O chamado é sempre um ato de Deus, correspondido pelo coração contrito do homem. Sabemos que Deus nos chama, primeiramente, após termos nosso encontro com Ele e experimentarmos Sua misericórdia. Em seguida, prestamos atenção aos sinais externos, que movem nosso interior. O contato com a Palavra, as moções do Espírito, as outras pessoas, os acontecimentos cotidianos... Quando estamos dispostos a ouvir a voz de Deus a respeito de nossa vocação, tudo concorre para que façamos um bom discernimento.
Todos nós somos vocacionados a algo. Qual é a minha vocação? É ser um pai ou mãe de família? Um celibatário por amor ao Reino de Deus? Um missionário consagrado? Um religioso ou religiosa? Um membro de Comunidade de Vida? Um sacerdote? Auxiliados por estes textos, escutemos a voz de Deus e tenhamos a coragem de dizer: “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8).

João Paulo Veloso
Fonte: www.arquidiocesedepalmas.org.br
 

Abra seu coração para viver um tempo novo

Agora é o tempo da graça, o tempo oportuno. Tudo o que ficou para trás precisa ser deixado no coração de Deus. Não fique se lamentando, não fique mais com os olhos voltados somente para os problemas. Olhe para o Senhor. Os olhos d'Ele estão voltados para você e para a sua casa.
No número 83 do seu diário, Santa Faustina traz o que o próprio Jesus lhe disse a respeito do significado da intensificação da Misericórdia d’Ele nestes tempos: "Escreve isto: antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia (...)". O Senhor quer atingir a cada um pessoalmente, penetrar a nossa consciência e o coração com esta graça extraordinária da Divina Misericórdia, capaz de nos transformar em homens e mulheres novos.
O Senhor não nos quer mais olhando para os nossos pecados e para o passado. Ele nos chama para que sejamos adoradores a fim de experimentarmos a Divina Misericórdia. A adoração não é para os perfeitos nem para aqueles que já chegaram a um alto grau de santidade. A adoração é para nós, pecadores, que sentimos o peso do pecado em nós. São Paulo dizia que sentia o pecado como duas naturezas, duas forças se debatendo uma contra a outra em seu interior: "Por um lado eu conheço e quero o bem, mas enquanto eu sei o que é bom e quero o bem, acabo fazendo o pecado e o mal" (cf. Rm 7,19). Este grande apóstolo não era um recém-convertido quando escreveu a Carta aos Romanos. Ele já tinha sofrido muito por Cristo e se transformado bastante, e mesmo assim ainda sentia dentro dele essa luta que acontece com todos nós.
Diante de toda a grandiosidade que nos é apresentada por Deus agora, é preciso abrir o coração para viver um tempo novo. O Senhor nos prometeu: "Meus olhos estarão abertos e meus ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta Casa dedicada ao meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela todo o tempo" (2Cr 7,15-16).
Obrigado, Senhor, porque me volto para Ti e o teu amor já me envolve e tua Divina Misericórdia me restaura e salva.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O amor tem seu tempo

A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum a necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”. Algumas pessoas dizem: “Que loucura! Isso não é amor”; outras afirmam: “Pra que esperar, eu amo e digo!”.
Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele [amor] envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas, certamente, passam por nossa maturidade.
A maturidade biológica nem sempre está relacionada à maturidade psicológica. As expectativas dos pais nem sempre serão concretizadas nos desejos dos filhos. Da mesma forma, o que foi vivido no passado nem sempre será válido para as experiências atuais.
Os gregos diziam que o amor é “uma questão de despertar para a vida” e, com isso, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas.
Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. É por isso que as pessoas não podem se casar porque os pais delas se admiram, porque as famílias se dão bem ou porque o (a) namorado (a) tem ou não tem um status, ou um tipo de estudo.
Amor requer tempo, conhecimento, reconhecimento do que gosto ou não das minhas limitações e das limitações do outro. Amor é como uma construção: escolhe-se o terreno, as fundações e a base para que a obra seja realizada, os tijolos vão sendo colocados um a um, até que a casa seja coberta e todo o acabamento interior seja feito. Depois virão os jardins, os detalhes, os cuidados.
E é por isso que o amor não pode ser urgente: uma casa feita às pressas, com material de qualidade inferior, tende a cair antes do tempo. Imaginem se os tijolos desta casa, que é o amor, forem assentados com areia e água?
Sonhos são muito bonitos nas novelas, mas, na vida real, os caminhos não são prontos. Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo.
“Quem quer o amor precisa dar tudo o que tem para possuí-lo (Mt 13,44)” e é por isso que o amor exige dedicação e decisão.
Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos.
E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.

Elaine Ribeiro
(Fonte: Canção Nova)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Amar com corpo, espírito e coração

O homem é um ser corpóreo. Apesar de estarmos representados pela matéria, o corpo não é um objeto entre outros objetos. Pelo contrário, o corpo é uma palavra, uma manifestação física e material do mundo espiritual e mental. Tudo o que pensamos reflete, inevitavelmente, em nosso corpo; da mesma forma, tudo o que sentimos também se manifesta fisicamente em nossa aparência. Por essa razão, devemos ser muito cuidadosos, tendo uma grande consciência de tudo o que pensamos e sentimos sobre nós mesmos e sobre os outros.

Aqueles que estão imersos em uma consciência espiritual e proporcionam harmonia, luz e compreensão do mundo, geralmente apresentam um olhar atraente, saudável e sua presença transmite paz. No entanto, todos aqueles que se machucam em pensamentos e ações, geralmente apresentam uma aparência desagradável, o que é apenas um reflexo do seu coração.

João Paulo II diz: “Seu corpo esteja a serviço do seu eu interior, os seus gestos e seus olhos são sempre um reflexo de sua alma”. A adoração do corpo? De novo não! A depreciação do corpo? Nenhum dos dois. Domínio do corpo! Sim!

Devemos parar nesse ponto para refletir na maneira como a natureza, sabiamente, determina que o corpo seja apenas um reflexo do que temos em nosso interior, de forma que nossos mais profundos segredos seriam revelados a partir de nossa aparência.

Pense em um aluno e em um atleta que querem colocar toda a energia a serviço dos respectivos ideais. Pense num pai ou numa mãe, cujo rosto inclinado sobre a criança reflete, com profundidade, as alegrias da paternidade e da maternidade. Pense no músico e no ator que se identificam com os personagens que trazem à vida. Olhe para o sacerdote, seminarista, consagrado, radicalmente entregues à contemplação e à meditação, deixando transluzir Deus por intermédio de seu rosto.

Toda nossa dignidade consiste, pois, no pensamento: “trabalhemos, portanto, para pensar bem”. Lembre-se de que cada um de nós vale o que vale o nosso coração, como afirma o beato João Paulo II. Toda a história da humanidade se resume na necessidade de amar e ser amado.

O coração é a abertura de todo o ser à existência dos outros e à capacidade de conhecê-los para compreendê-los. E uma sensibilidade assim, verdadeira e profunda, torna-nos vulneráveis. Deve ser por isso que alguns são tentados a se livrar dessa sensibilidade endurecendo-se.

O amar é, essencialmente, dar-se aos outros. Longe de ser um amor instintivo, é uma decisão consciente de ir até os outros. Para amar verdadeiramente é preciso desprender-se de muitas coisas, sobretudo, de si mesmo, dar-se gratuitamente, amar até o final. Esse despojamento de si, trabalho a longo prazo, é desgastante e emocionante. É uma fonte de equilíbrio. É o segredo da felicidade.

Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Só é realizado quem ama!



Na verdade é o amor, ou melhor, é o amar que dá sentido à vida e permite a realização pessoal e aquela experiência de felicidade que procuramos. Como sempre digo, e nunca é demais repetir: quem quiser ser feliz, deverá fazer feliz alguém. Não existe outro caminho para a concretização da felicidade.

Todos fomos criados para amar. Conhecemos inúmeras pessoas que tiveram muitas e fantásticas possibilidades de adquirir conhecimento, prestígio e dinheiro, mas ainda não são felizes. Sem dúvida alguma, isso acontece por não terem feito essa experiência [amar].

Por favor, também compreenda que se existe sentimento de vazio e frustração por falta de amor, só esse nobre sentimento será capaz de mudar essa situação, trazendo cura e libertação. Para isso é preciso dar o primeiro passo. Eis o segredo para a realização!
 
Seu irmão,
Ricardo Sá  
 
Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O amor vence o ódio

Não torneis a ninguém mal por mal

“O que é ruim é que tudo está assim no mundo: o ódio que devora, a ira que nos torna seus prisioneiros e o rancor que nos envenena”. Dom Notker Wolf

O botânico George Washington Carver (1864-1943) superou um terrível preconceito racial para estabelecer-se como um renomado educador americano. Rejeitando a tentação de ceder à amargura pela maneira como foi tratado, Carver escreveu sabiamente: “O ódio interior acabará por destruir aquele que odeia”.

No livro Bíblico de Ester, vemos como o ódio pode ser autodestruidor. Mordecai, um judeu, se recusou a curvar-se diante de Hamã – que se atribuíra importância de dignitário na corte persa. Isso irritou Hamã, que manipulou informações para fazer Mordecai e seu povo parecerem ameaças ao império (3,8-9). Quando terminou de tecer suas intrigas, Hamã apelou ao rei persa para matar todos os judeus. O rei promulgou um decreto nesse sentido, mas, antes que ele pudesse ser cumprido, Ester interveio e o plano diabólico de Hamã foi revelado (7,1-6). Enfurecido, o rei executou Hamã na forca que o intriguista havia construído para Mordecai (7,7-10).

"As palavras de Carver e as ações de Hamã nos lembram de que o ódio é autodestruidor. A resposta bíblica é virar o ódio ao contrário e pagar o mal com o bem”, escreve o reverendo Dennis Fisher. “Não torneis a ninguém mal por mal...”, disse São Paulo Apóstolo (Romanos 12,17). Quando oferecido, “não vos vingueis a vós mesmos...” (v.19). Ao contrário, faça o bem perante todos os homens (v.17), para viver em “... paz com todos os homens” (v.18).

“É através do perdão que uma pessoa se redime dos sentimentos amargos que podem transformar a vida em um inferno. Assim, a gente assina um acordo de paz com o seu destino. Para mim, em todo caso, todo perdão é uma vitória do amor sobre si mesmo”, diz Dom Notker Wolf.

Não existe no mundo um sentimento tão sublime e tão poderoso como o amor. O amor vence tudo!

Pe. Inácio José do Vale
Professor de Teologia

Fonte: Canção Nova

sábado, 16 de junho de 2012

“Imaculado Coração de Maria”


“O Meu coração exulta no senhor, meu Salvador”.


Quando celebramos a festa do Imaculado Coração de Maria; saboreamos a insondável bondade de Deus que desejou amar com um coração humano, um coração da Virgem de Nazaré.
Foi no coração Imaculado de Maria, que o Senhor encontrou um espaço transbordante de santidade, beleza e doação total.
O Coração de Maria é fonte de graças e virtudes, devemos contempla-lo e imita-lo na entrega total aos designos de Deus! Faça-se!
É verdade que de uma forma ou de outra aprendemos a amar, e é sobretudo com os pais e na familia, que aprendemos os mais diversos sinais de amor.
Quantas vezes Jesus recostado no colo de sua mãe, adormece com pulsar do coração Imaculado e amoroso de sua mãe.
Maria ao mostrar-nos o seu coração é sobretudo a vida que ela mostra. Ela quer ensinar-nos que o amor repara os pecados, reanima a esperança, leva á vida, une, constrói, perdoa, santifica, defende os pequeninos e liberta os humilhados.
São Lucas nos lembra que era no Coração de Maria que todas as coisas estavam conservadas, ou seja guardadas! As lembranças do Sim, do nascimento, da infância, da juventude e da missâo do filho de Deus, que era seu menino!
A Celebração
Liturgicamente a festa do Imaculado Coração de Maria deve ser celebrada no sábado seguinte ao segundo domingo de Pentecostes.
Os Santos Padres, mistícos da idade média, os teólogos e os ascetas dos séculos seguintes foram todos grandes devotos do Coração de Maria assim como do Coração de Jesus.
Porém foi São João Eudes(1601-1680) o grande promotor do culto litúrigco que se devia tornar em devoção e patrimônio dos fiéis.
Esta festa tornou-se pública de 1648 entrando assim na liturgia comun, e a partir daí, muitos bispos autorizaram nas próprias dioceses o culto ao coração de Maria.
Porém devemos entender que foi sobretudo a partir das aparições da Virgem Maria em Fátima, que a devoção tomou grande impulso, conforme escreveu o Cardeal Cerejeira: “A Missão especial de Fátima é a divulgação no mundo do culto ao Imaculado Coração de Maria.”No dia 13 de junho, em Fátima, a Senhora apresenta o Coração circundad de espinhos pedindo a reparação e pronunciando estas palavras “Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração.”
...Vistes o inferno, para onde vãos as pobres almas dos pecadores...
-Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração.
No dia 4 de Maio de 1944, o Papa Pio XII ordenou que esta festa fosse observada em toda Igreja para obter a intercessão de Maria para: A paz entre as nações, a liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores e o amor pela pureza e pelas virtudes.
Dois anos mais tarde o mesmo Papa Pio XII consagra o genero humano ao Imaculado Coração de Maria .
No dia 25 de março de 1984, portanto há 25 anos atrás, o então Papa João Paulo II realizou na Basílica de São Pedro, acompanhado por uma multidão de mais de 150 mil peregrinos e diante da imagem da Virgem peregrina de Fátima, vinda de Portugal, proferiu a solene consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria em união espiritual com os bispos do mundo inteiro.
João Paulo II na ocasião, pediu a Nossa Senhora que livrasse a humanidade da fome, das guerras, e de todos males.
Nas aparições da Virgem Maria á Irmã Lucia, na Espanha ela pede reparação pelas ofensas, rezar pela conversão dos pecadores, confessando, comungando, e recitando o Santo Terço ao longo de cinco meses seguidos e sempre no primeiro sábado do mês.
Nosso Papa Bento XVI, assim nos exorta sobre a devoção: “Vemos que o coração de Maria é visitado pela graça do Pai, é penetrado pela força do Espírito e impulsionado interiormente pelo filho; isto é vemos um coração humano perfeitamente introduzido no dinamismo da Santissima Trindade.”
Que os Corações unidos de Jesus e Maria sejam nossa salvação.

Fonte:http://marcioreiser.blogspot.com.br

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sagrado Coração de Jesus


Ótima maneira de mergulhar na misericórdia do Senhor

A Solenidade do Sagrado Coração é uma celebração de origem relativamente recente, embora a ideia seja muito antiga, pois está enraizada na Sagrada Escritura. A grande propagadora dessa devoção foi Santa Margarida Maria, que, entre os anos de 1673 e 1675, teve uma série de visões nas quais Cristo lhe pediu que trabalhasse para a instituição de uma festa em honra a Seu Sagrado Coração.

Dessa forma, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é a devoção a Cristo. No entanto, nossa devoção não deve permanecer no nível do sentimento. Devotio, palavra latina que deu origem à palavra "devoção", é muito mais forte do que seus equivalentes nas línguas atuais. No contexto religioso indica a determinada vontade de fazer a vontade de Deus, ou seja, esta devoção é feita por aceitar o convite de Cristo para tomar a nossa cruz e segui-Lo.

A devoção ao Coração de Jesus decorre da meditação dos textos biblícos, esta relação foi confirmada pelo Papa Pio XII na Encíclica Haurietis Aquas, sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Afirma o Sumo Pontífice que: “Com todo esse amor, terníssimo, indulgente e longânime, mesmo quando se indigna pelas repetidas infidelidades do povo de Israel, Deus nunca chega a repudiá-lo definitivamente; mostra-se, sim, veemente e sublime; mas, contudo, em substância isso não passa do prelúdio daquela inflamadíssima caridade que o Redentor prometido havia de mostrar a todos com o seu amantíssimo coração, e que ia ser o modelo do nosso amor e a pedra angular da Nova Aliança”.
Dentre as fundações bíblicas destacamos, do Antigo Testamento, a Aliança de Deus com o povo, narrada no livro de Deuteronômio: "Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E estas palavras que hoje te ordeno estarão sobre o teu coração" (Dt 6,4-6).

No Novo Testamento, o Evangelho de São João traz dois trechos que são centrais no culto ao Sagrado Coração de Jesus: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba, quem crê em mim — conforme diz a Escritura: Do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7, 37-38).

“Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19, 33-34).

Na tradição cristã, o sangue é interpretado como um símbolo do sacrifício e do mistério Eucarístico. A água simboliza o Espírito Santo, que flui de Cristo à Igreja. Este Coração é uma fonte inesgotável de vida e de bênção.

Outros Santos Padres também recomendaram essa devoção. Além daHaurietis Aquas, do Papa Pio XII, encontramos, na Carta ApostólicaInvestigabiles Divitais Christi, do Papa Paulo VI, a afirmação de que essa devoção é uma ótima maneira de honrar a Jesus, observando inclusive a estreita relação entre ela e o mistério Eucarístico. O saudoso Papa João Paulo II, em sua primeira encíclica, Redemptor Hominis, afirmou que: “A redenção do mundo — aquele tremendo mistério do amor em que a criação foi renovada é, na sua raiz mais profunda, a plenitude da justiça num Coração humano”, por diversas vezes ele associou o Coração de Cristo a cada coração humano.

Portanto, o coração é o símbolo que fala do interior e do espiritual. Desta forma, o Senhor ilumina o coração humano e o convida a compreender e mergulhar nas "insondáveis riquezas" que brotam de Seu Coração. Jesus nos atrai para Seu Coração e fala ao nosso coração, porque deseja comunicar todo o Seu amor, para que tenhamos um coração semelhante ao d'Ele.

Vicent Ryan
Pauline, Madrid-1987, p. 118-132

quinta-feira, 29 de março de 2012

Entenda o significado do Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus agitando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".
Os ramos apresentados pelo povo nos remetem ao sacramento do batismo, por intermédio do qual nos tornamos filhos de Deus e responsáveis pela missão da nossa Igreja. E o ato de levarmos os ramos para casa nos lembra que estamos unidos a Cristo na luta pela salvação do mundo.
A Procissão de Ramos tem como objetivo apresentar a peregrinação que cada cristão realiza sobre a Terra buscando a vida eterna ao lado do Senhor. Esse ato nos faz relembrar que somos peregrinos neste mundo e que o céu é o lugar de onde viemos e para onde devemos voltar.
Por fim, a Santa Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos nas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do homem cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, o diálogo d'Ele com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.
O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruí-la; perder a vida para ganhá-la.

Felipe Aquino
(fonte: site Canção Nova)

sexta-feira, 23 de março de 2012

O católico e a Igreja

Não se pode ser “mais ou menos católico”, isto é, aceitar uma ou outra verdade religiosa ensinada pela Igreja, deixando algumas de lado. Isso é orgulho espiritual de alguém que pensa saber mais do que a Igreja, assistida e guiada pelo Espírito Santo desde Pentecostes (cf. João 14,15.25; 16,12-13; Lucas 10,16).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que o que nos salva é a verdade:
“Com efeito, Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (I Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade” (CIC § 851).
E São Paulo afirma que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (I Tm3,15).
“A missão do Magistério está ligada ao caráter definitivo da Aliança instaurada por Deus em Cristo com seu Povo; deve protegê-lo dos desvios e dos afrouxamentos e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica. O ofício pastoral do Magistério está, assim, ordenado ao cuidado para que o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta. Para executar este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes. O exercício deste carisma pode assumir várias modalidades” (CIC § 890).
O grande Papa São Gregório VII (1073-1085), que quebrou a fúria de Henrique IV e a triste “investidura leiga” dos séculos X e XI, declarou no seu documento Dictatus Papae: “A Igreja romana nunca errou, e segundo o testemunho das Escrituras nunca cairá no erro.” (n,22) “Ninguém deve ser considerado católico se não estiver de pleno acordo com a Igreja Católica.” (n.26). (Registrum Gregorii VII,MGH, Ep. Sel. II, n. 55ª - História da Igreja, Roland Frohlich).
O grande padre Leonel França, o maior jesuíta que Brasil conheceu, (1893-1948), fundador e reitor da primeira Universidade Católica do Brasil: PUC- RJ, disse: “[...] Quem não tem um conceito exato, uma percepção viva da infinita, absoluta e inefável majestade de Deus, na inviolabilidade soberana dos seus direitos, não pode entender a intransigência dogmática da Igreja Católica. A Igreja não é autora de um sistema humano, filosófico ou religioso, é depositária autêntica de uma revelação divina".
Cristo ensinou-nos uma doutrina celeste: "A doutrina que eu vos ensinei é d’Aquele que me enviou" (São João, 7,16; 12,49). Aos seus discípulos ordenou que a transmitissem a todo o gênero humano na sua integridade incorruptível. "Ensinai-lhes a observar tudo o que vos mandei' (Mt 26,20). E para que a falibilidade humana não alterasse o depósito divino, prometeu-lhes a eficácia preservadora de sua assistência. "Estarei convosco até o fim dos séculos".
A Igreja Católica tem, pois, promessa divina de imortalidade e infalibilidade. Não foi, não será nunca infiel à sublimidade da sua missão. Quando a sinagoga, alarmada com os prodígios que sancionavam o Cristianismo nascente, prendeu os apóstolos e lhes impôs um silêncio criminoso, Pedro respondeu aos sinedritas um sublime: “non possumus” (não podemos).
No volver dos séculos nunca desmentiu a Igreja as promessas deste seu batismo de sinceridade. Todas as vezes em que o erro, armado como a força, mascarado como o sofisma ou “sub dolo” como a política, bateu às portas do Vaticano, pedindo ou impondo-lhe uma concessão, uma aliança, um compromisso, saiu-lhe ao encontro um ancião inerme e venerável na candura simbólica de suas vestes, e, com voz firme e olhar fito no céu, respondeu-lhe: “Non possumus...”.
E a Igreja continuará assim a sua missão de Mãe e Mestra da fé, até que o Cristo volte. São Paulo disse que sempre haveria hereges e heresias, que surgem de dentro da Igreja. Mas o Apóstolo disse que isso era bom para que saibamos onde está o erro e a verdade.
O bom católico não discute o que a Igreja ensina, ele ama e vive com ação de graças o que ela lhe diz. É grato a Deus por lhe mostrar pela Igreja o caminho reto que leva à felicidade neste mundo e ao céu na eternidade. Quando eu era menino ensinaram-me uma oração que nunca esqueci e que fiz dela minha norma de vida. É o ATO DE FÉ:
“Eu creio firmemente que há um só Deus, em três Pessoas realmente distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Creio que o Filho de Deus se fez homem, padeceu e morreu na cruz para nos salvar e ao terceiro dia ressuscitou. Creio em tudo o mais que crê e ensina a Santa Igreja Católica, porque Deus, Verdade infalível, o revelou. Nesta crença quero viver e morrer”.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
(Fonte: site Canção Nova)