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sábado, 18 de agosto de 2012

Você já errou na vida?

Reconheça a queda e levante a cabeça

Quero lhe falar sobre uma história real. Trata-se da vida de um jovem que, aos 25 anos de idade, não tinha mais nenhuma perspectiva, não conseguia ver esperança, apenas um vazio existencial.
Os dias iam passando e o desespero aumentava no coração dele por não avistar uma saída. A entrada para o mercado de trabalho lhe parecia muito difícil. Sem faculdade e sem currículo, quem o contrataria? Quanto ganharia? Quem ganha bem é quem tem um excelente currículo e uma boa formação acadêmica. Casar-se e formar família também era complexo, já que não conseguia administrar sua própria vida. Então, não conseguia mirar uma vida de fidelidade a uma única mulher; e outro ponto se tornava ainda mais distante de sua vida: ter filhos e dar a eles educação moral e cristã.
Situações que resultavam numa conclusão: não havia perspectiva profissional, não havia esperança de ser um bom esposo e um bom pai. Além desses fatos, ele havia jogado fora todas as oportunidades que estiveram em suas mãos, uma delas foi a carreira profissional de futebol de salão. O mais complicado para este jovem era pensar que não havia mais jeito de dar a volta por cima. Não existia esperança para sair do caos.
Não sei a sua idade nem o quais são suas perdas; só sei de uma coisa: em meio a uma situação de desesperança, é hora de tomar cuidado para não perder dois valores: a alegria e a esperança.
A letra de uma música diz: "reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". Jovem, é preciso reconhecer a queda, reconhecer a perda, reconhecer-se pequeno, mas não desanimar.
Consciente de que para levantar e dar a volta por cima é preciso o auxílio do Alto, do Céu, levante a cabeça e acredite, pois é possível começar um tempo novo. Levantar-se, porque sem Deus é arriscado. Levantar-se com Deus é humildade.
"A alegria do coração é a vida da pessoa, tesouro inesgotável de santidade; a alegria da pessoa prolonga-lhe a vida. Tem compreensão contigo mesmo e consola teu coração; afugenta para longe de ti a tristeza. A tristeza matou a muitos e não traz proveito algum" (Eclo 30,23-25). Essa passagem bíblica nos apresenta um valor que deve ser cultivado: a alegria.
Jesus é o seu amigo e está junto de você nestes momentos tão difíceis. Ele é o único que não pode estar presente na Sua lista de perdas. “Eu vos chamo amigos” (Jo 15, 15). O lindo desafio para este dia é virar a folha e começar a escrever um tempo novo. Coloque, no início dessa folha, a frase "Jesus é meu amigo"; isso é o bastante para você dar a volta por cima.
Este jovem, hoje, tem 43 anos de idade, é casado há 15 anos e tem três filhos. Este jovem sou eu! Hoje, sou “semeador de alegria e esperança” e aprendiz na descoberta de valores em meio às perdas. Não canso de repetir: "Com Deus tem jeito!".

Cleto Coelho
http://blog.cancaonova.com/temjeito/


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Discernindo o chamado de Deus

No início do ano, fui interpelado por um jovem com o seguinte questionamento: “como eu posso saber que fui chamado por Deus?”. A descoberta da própria vocação é um processo maravilhoso dentro de nossa caminhada espiritual. Discerni-la com sinceridade e coração aberto à vontade do Senhor é um dos grandes sinais de que estamos prontos para se chegar a uma espiritualidade madura.
Apresento três textos bíblicos que podem nos ajudar a compreender como é que Deus nos chama, pois nos apresenta linhas mestras de qualquer chamado: o encontro com Deus, o assombro e a vocação.
Tanto Isaías (Is 6, 1-2a.3-8), quanto Paulo (1 Cor 15, 1-11) ou Pedro (Lc 5, 1-11) tiveram uma experiência própria com Deus, antes de tudo. As leituras nos relatam que Isaías teve a visão da glória de Deus, ele que era “um homem de lábios impuros”; que Jesus apareceu por último a Paulo, ele que “perseguia a Igreja de Deus”; e que Pedro viu seu barco quase afundar com a pesca miraculosa operada por Jesus, mesmo sendo “um homem pecador”.
Esta é a primeira etapa do discernimento vocacional: o encontro com Deus. De que forma eu conheci a Deus? Através de uma pregação, adoração, Missa, Grupo de Oração, confissão, nos pobres, na leitura da Bíblia...?
Após o encontro, cada um desses personagens reconheceu sua pequenez ante a imensa glória do Senhor. Isaías gritou e se achou indigno de estar na presença de Deus; Paulo ficou cego; Pedro atirou-se aos pés de Jesus e reconheceu seus pecados.
O assombro é a segunda etapa do discernimento. Quando me encontro com o Senhor, reconheço todo o meu nada, e só posso clamar por Sua misericórdia. Quem pode merecer contemplar as maravilhas de Deus? Ninguém. No entanto, Ele nos concede esse dom gratuitamente, por pura bondade.
Finalmente, Deus vocaciona, “chama”, cada um desses personagens para uma missão específica: Isaías tem seus lábios purificados, pois atuaria como profeta; Paulo é curado de sua cegueira e é enviado a proclamar o Evangelho que recebeu do próprio Senhor; Pedro é convocado a seguir Jesus e ser pescador de homens.
O chamado é sempre um ato de Deus, correspondido pelo coração contrito do homem. Sabemos que Deus nos chama, primeiramente, após termos nosso encontro com Ele e experimentarmos Sua misericórdia. Em seguida, prestamos atenção aos sinais externos, que movem nosso interior. O contato com a Palavra, as moções do Espírito, as outras pessoas, os acontecimentos cotidianos... Quando estamos dispostos a ouvir a voz de Deus a respeito de nossa vocação, tudo concorre para que façamos um bom discernimento.
Todos nós somos vocacionados a algo. Qual é a minha vocação? É ser um pai ou mãe de família? Um celibatário por amor ao Reino de Deus? Um missionário consagrado? Um religioso ou religiosa? Um membro de Comunidade de Vida? Um sacerdote? Auxiliados por estes textos, escutemos a voz de Deus e tenhamos a coragem de dizer: “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8).

João Paulo Veloso
Fonte: www.arquidiocesedepalmas.org.br
 

Abra seu coração para viver um tempo novo

Agora é o tempo da graça, o tempo oportuno. Tudo o que ficou para trás precisa ser deixado no coração de Deus. Não fique se lamentando, não fique mais com os olhos voltados somente para os problemas. Olhe para o Senhor. Os olhos d'Ele estão voltados para você e para a sua casa.
No número 83 do seu diário, Santa Faustina traz o que o próprio Jesus lhe disse a respeito do significado da intensificação da Misericórdia d’Ele nestes tempos: "Escreve isto: antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia (...)". O Senhor quer atingir a cada um pessoalmente, penetrar a nossa consciência e o coração com esta graça extraordinária da Divina Misericórdia, capaz de nos transformar em homens e mulheres novos.
O Senhor não nos quer mais olhando para os nossos pecados e para o passado. Ele nos chama para que sejamos adoradores a fim de experimentarmos a Divina Misericórdia. A adoração não é para os perfeitos nem para aqueles que já chegaram a um alto grau de santidade. A adoração é para nós, pecadores, que sentimos o peso do pecado em nós. São Paulo dizia que sentia o pecado como duas naturezas, duas forças se debatendo uma contra a outra em seu interior: "Por um lado eu conheço e quero o bem, mas enquanto eu sei o que é bom e quero o bem, acabo fazendo o pecado e o mal" (cf. Rm 7,19). Este grande apóstolo não era um recém-convertido quando escreveu a Carta aos Romanos. Ele já tinha sofrido muito por Cristo e se transformado bastante, e mesmo assim ainda sentia dentro dele essa luta que acontece com todos nós.
Diante de toda a grandiosidade que nos é apresentada por Deus agora, é preciso abrir o coração para viver um tempo novo. O Senhor nos prometeu: "Meus olhos estarão abertos e meus ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta Casa dedicada ao meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela todo o tempo" (2Cr 7,15-16).
Obrigado, Senhor, porque me volto para Ti e o teu amor já me envolve e tua Divina Misericórdia me restaura e salva.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Fonte: Canção Nova